Ebenaceae

Diospyros bullata A.C.Sm.

Como citar:

Marta Moraes; undefined. 2020. Diospyros bullata (Ebenaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

451.488,138 Km2

AOO:

64,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019) ocorre no estado do AMAZONAS, nos municípios de Itacoatiara (Souza 496), Manaus (Rodrigues 5567), Maués (Pires 124), São Paulo de Olivença (Fróes 20800); PARÁ, município de Santarém (Tyeen 250).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Marta Moraes
Revisor:
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore ou arvoreta de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019) foi documentada em Floresta Ombrófila, Floresta de Terra Firme, Floresta de Igapó, Floresta de várzea e Campinarana associadas à Amazônia, nos estados do Amazonas e Pará. Conhecida por grão de galo e Ucuhuba (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), apresenta AOO=28 km² e seis situações de ameaça. A maioria dos registros (32) de herbário tem mais de 50 anos, apenas ⅓ foi coletado nos últimos 20 anos, e o registro mais recente é de 2002. Sabe-se que a floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido a atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016). A cidade de Manaus, aparentemente onde a espécie ocorre quase que exclusivamente, vem passando por uma expressiva expansão urbana, principalmente nos últimos 20 anos, causando intensa degradação ambiental mesmo dentro de áreas protegidas como a Reserva Florestal A. Ducke (Nogueira et al., 2007). Devido a problemas de regularização fundiária, há muitas pessoas que vivem na área delimitada da Floresta Nacional do Tapajós. Uma ameaça presente nesta FLONA é o fogo originado das práticas de preparo das áreas de roçado e pastagem. Além disso, o perímetro da Unidade, às margens da Rodovia Santarém-Cuiabá, é constituído basicamente de vegetação secundária. Nestas áreas ocorrem incêndios florestais com freqüência (MMA/IBAMA, 2004). Diante deste cenário, portanto, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat, além de potencial redução nos valores de EOO e AOO ocasionados pela expansão dos vetores de pressão supracitados. Assim, Diospyros bullata foi considerada Vulnerável (VU) de extinção neste momento. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, censo e tendências populacionais, busca por novas áreas de ocorrência) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de áreas protegidas) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição, podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para sua região de ocorrência.

Último avistamento: 2002
Quantidade de locations: 6
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Diospyros bullata descrita no Journ. Arn. Arb. 1939 20: 302 e seu material-tipo é B.A. Krukoff, 8004, depositado nos diversos herbários: U, S, P, NY, MO, LE, K, G, F, BR, BM, A, (AM). É conhecida pelos nomes vernaculares: Grão de galo e Ucuhuba, nos estados do Amazonas (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o possível potencial econômico da espécie.

População:

Detalhes: A espécie é ocasional na estrada Manaus-Itacoatiara (W.A. Rodrigues, 6805).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, small tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme, Floresta de Igapó, Área antrópica, Campinarana, Floresta de Várzea
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Secundária
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore ou arvoreta de até 12 m (Sothers 467) de ocorrência no bioma Amazônia, na área de Floresta Ombrófila Densa, Floresta de Terra-firme, Floresta de Igapó, Floresta de várzea e Campinarama (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). E em diversas localidades antropomorfizadas, como agropecuárias, silviculturas e urbanizadas.
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Ebenaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82305>. Acesso em: 25 Out. 2019

Reprodução:

Fenologia: flowering (Dec~Jan), fruiting (Apr~Sep), fruiting (Nov~Nov), fruiting (Jan~Jan), fruiting (Mar~Mar)
Síndrome de polinização:
Sistema sexual: dioecious

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,locality past,present,future local high
Manaus vem sofrendo, nas últimas décadas, mudanças na sua paisagem urbana devido ao seu crescimento desordenado. Surgiram novas favelas e as invasões são uma constante. Essa situação vem afetando sobremaneira os igarapés que sempre marcaram a paisagem de Manaus e que hoje, quando não aterrados, canalizados e transformados em ruas, avenidas e praças, se encontram poluídos e degradados (Rabello e Rodrigues, 2013). A cidade de Manaus, aparentemente onde a espécie ocorre quase que exclusivamente, vem passando por uma expressiva expansão urbana, principalmente nos últimos 20 anos, causando intensa degradação ambiental mesmo dentro de áreas protegidas como a Reserva Florestal A. Ducke (Nogueira et al., 2007)
Referências:
  1. Rabello, R.P.; Rodrigues, Z.A.L. 2013. Planejamento e sustentabilidade urbana: ações de proteção dos igarapés de Manaus. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade. 3: 79-102.
  2. Nogueira, A. C. F., Sanson, F., & Pessoa, K. (2007). A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais. XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21–26.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 9.2.2 Seepage from mining habitat past,present local high
As riquezas minerais despertam uma gama de interesses, e a região [Manaus] já foi invadida por garimpeiros e empresas de mineração em busca de concessões de lavra, inclusive com capital estrangeiro (Kirovsky, 2004; Instituto Sócio-ambiental, 2016).
Referências:
  1. Instituto socio-ambiental. Disponível em: https://uc.socioambiental.org/uc/5070. Acesso em: 27/05/2016.
  2. KIROVSKY, A. L. Ictiocoria em Thurniaceae (Monocoledonia - JUNCALES) em um igarapé da Amazônia Central, da Reserva Florestal Adolfo Ducke, AM. In: Renato Cintra. (Org.). História Natural, Ecologia e Conservação de Algumas Espécies de Plantas e Animais da Amazônia. 01ed.Manaus: Edilia, 2004, v. 01, p. 173-178.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat present regional high
Os igarapés investigados que adentram a Reserva Florestal Adolfo Duke (Manaus, AM) são fortemente influenciados pela urbanização na parte superior de suas bacias, o que faz com que suas águas adentrem a reserva em condições já deterioradas (Ferreira et al., 2012).
Referências:
  1. Ferreira, S.J.F. et al. 2012. Efeito da pressão antrópica sobre igarapés na reserva florestal Adolpho Ducke, área de floresta na Amazônia Central. Acta Amazônica. 42: 533 – 540.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present local very high
Devido a problemas de regularização fundiária, há muitas pessoas que vivem na área delimitada da Floresta Nacional do Tapajós. Uma ameaça presenta é o o fogo originado das práticas de preparo das áreas de roçado pela população nativa. Além disso, o perímetro da Unidade, às margens da Rodovia Santarém-Cuiabá, é constituído basicamente de vegetação secundária. Nestas áreas ocorrem incêndios florestais com freqüência, causados principalmente pelo uso inadequado do fogo para o preparo de áreas para o plantio e manejo de pastagens (MMA/IBAMA, 2004).
Referências:
  1. MMA/ IBAMA. 2004. Floresta Nacional do Tapajós. Plano de Manejo – volume I e II– Informações gerais. Brasília.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads habitat past,present regional medium
O perímetro da Unidade, às margens da Rodovia Santarém-Cuiabá, é constituído basicamente de vegetação secundária (MMA/IBAMA, 2004). Sabe-se a espécie ocorre tanto em áreas bem preservadas como em borda de trilhas (V.F. Kinupp et al., 4389). Dessa forma, a presença de estradas aumenta o efeito de borda e o desmatamento, além de influenciar e causar atropelamento de animais (MMA/IBAMA, 2004), possivelmente dispersores dos diásporos da espécie.
Referências:
  1. MMA/ IBAMA. 2004. Floresta Nacional do Tapajós. Plano de Manejo – volume I e II– Informações gerais. Brasília.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional high
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido a atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016)
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S. (editors), 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Há registros para a Reserva Florestal Adolfo Duke (AM). No estado do Pará há registros para a Floresta Nacional do Tapajós (PA).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Manaus - 4 (AM).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.